A dor e os problemas do sono constituem uma das maiores preocupações de saúde pública. A fibromialgia, por exemplo, é uma das principais doenças causadoras de dor, sendo que a alteração do sono afeta mais de 90% dos doentes.1 Apesar da dificuldade em dormir, muitos destes doentes não sofrem de insónias. Podem chegar a dormir a noite inteira, mas levantam-se cansados de manhã.

Os doentes com fibromialgia apresentam uma duração reduzida da etapa do sono que determina a qualidade do mesmo e garante a recuperação do organismo.2

Considerando que a fibromialgia pode alterar o sono e que um distúrbio do sono pode agravar a fibromialgia, a abordagem terapêutica de ambos deve ser comum. Ou seja, para diminuir a dor mostra-se necessário controlar o sono. E, para controlar o sono, é necessário diminuir a dor. Sucede o mesmo com as dores de cabeça, de costas, artrose, artrite ou outras patologias causadoras de dor. De facto, o sono é frequentemente utilizado como um indicador do controlo correto da dor.3

Para aliviar os sintomas físicos causadores da dor (por exemplo, dor nas costas ou nas ancas), é crucial:

  • Usar colchões e almofadas de densidade adequada
  • Manter posturas adequadas
  • Caso a dor tenha uma origem tensional ou por stresse, poderá ser controlada com o auxílio de um fisioterapeuta ou de uma terapia de relaxamento. Noutras situações poderá ser necessário tomar medicamentos.

Como alternativas simples para conseguir dormir melhor recomenda-se adotar uma “higiene do sono”:

  • Dormir num ambiente adequado
  • Ter uma rotina do sono
  • Diminuir o consumo de cafeína e álcool
  • Praticar técnicas de relaxamento

REFERÊNCIAS

  1. Bigatti SM1, Hernandez AM, Cronan TA, et al. Sleep disturbances in fibromyalgia syndrome: relationship to pain and depression. Arthritis Rheum. 2008 Jul 15;59(7):961-7.
  2. Choy EH. The role of sleep in pain and fibromyalgia. Nat Rev Rheumatol. 2015 (en periodo de publicación).
  3. Kundermann B, Spernal J, Huber MT, et al. Sleep deprivation affects thermal pain thresholds but not somatosensory thresholds in healthy volunteers. Psychosom Med. 2004;66(6):932-7.