Dor Aguda

O QUE É A DOR AGUDA?

A dor aguda faz parte do sistema de proteção do organismo. É um sinal de alerta para a ocorrência de um traumatismo, uma queimadura ou uma doença súbita.1 Neste sentido, a dor desempenha um papel importante na manutenção ou restauração da integridade física.1 A dor aguda é um sintoma de extrema importância para o diagnóstico de várias doenças, sendo o principal motivo de procura de cuidados de saúde pela população.2

Este tipo de dor caracteriza-se por ser autolimitada, claramente localizada e pelo facto de a sua intensidade se correlacionar facilmente com o estímulo que lhe deu origem. Quando a relação entre a intensidade da dor e o fenómeno que lhe deu origem não se apresenta de forma direta ou linear, a dor transforma-se numa doença por si própria. A dor aguda é o motivo de ida à urgência em 70% dos doentes e, apesar dos avanços científicos, o seu controlo inadequado continua a ser mais regra do que exceção.2,3,4

 

PRINCIPAIS CAUSAS DE DOR AGUDA1

• Dor pós-operatória
• Traumas e queimaduras
• Lesões desportivas
• Atividades e lesões por sobrecarga
• Mucosite oral em doentes oncológicos
• Técnicas de diagnóstico, como as biópsias
• Trabalho de parto
• Cefaleias
• Cólicas menstruais
• Odontalgias

FATORES PREDITIVOS PARA A DOR AGUDA PÓS OPERATÓRIA6

• Género feminino
• Idade (a prevalência da dor tende a ser mais elevada em indivíduos jovens)
• Presença de Dor Pré-Cirúrgica
• Experiências cirúrgicas anteriores
• Duração da cirurgia (quanto maior a duração da intervenção, maior é a prevalência de dor)
• Ansiedade
• Índice de Massa Corporal (IMC’s mais elevados têm maior predisposição para a dor)
• Tipo de cirurgia

 

A DOR PÓS-OPERATÓRIA

A dor no período pós-operatório ou pós-cirúrgico é uma das principais causas de dor aguda e define-se por ser uma consequência direta do ato cirúrgico. A dor pós-cirúrgica é o sintoma pós-operatório mais vezes referido e constitui a primeira causa de admissão e readmissão hospitalar após a intervenção.7

O inadequado controlo da dor pós-operatória pode resultar em complicações de origem8,9:

• Cardiovascular
• Gastrointestinal
• Muscular
• Psicológica


Referências

  1. IASP. Global Year Against Acute Pain – Facts Sheets [internet]. [acesso em 07 de julho 2017]. Disponível em https://www.iasp-pain.org/Advocacy/Content.aspx?ItemNumber=1097
  2. Wu 2011. Treatment of acute postoperative pain. Lancet. 377: 2215–25
  3. Todd KH, Miner JR. Pain in the emergency room. In: Fishman SM, Ballantyne JC, Rathmell JP, editors. Bonica’s management of pain, 4th edition. Lippincott, Williams and Wilkins; 2010. p 1576–87.
  4. Benhamou D, Berti M, Brodner G, De Andres J, Draisci G, Moreno-Azcoita M, Neugebauer EA, Schwenk W, Torres LM, Viel E. Postoperative Analgesic THerapy Observational Survey (PATHOS): a practice pattern study in 7 Central/Southern European countries. Pain 2008;136:134–41.
  5. Castro Lopes et al. Estudo Epidemiológico Prospectivo e Multicêntrico Sobre Dor Aguda Pós-operatória em Portugal – Resultados preliminares. 2010.
  6. Ip 2009. Predictors of postoperative pain and analgesic consumption: a qualitative systematic review. Anesthesiology. 111(3): 657-677.
  7. López Álvarez S, López Gutiérres A, Zaballos Garcia M, et Al. Grupo de trabajo sobre fisiopatologia y tratamiento del dolor en cirugía ambulayoria, ASECMA Recomendaciones sobre el manejo del dolor agudo postoperatorio en cirugía ambulatoris, 2011
  8. Baratta 2014. Clinical consequences of inadequate pain relief: barriers to optimal pain management. Plast Reconstr Surg. 134(4 Suppl 2): 15S-21S.
  9. Joshi 2005. Consequences of inadequate postoperative pain relief and chronic persistent postoperative pain. Anesthesiol Clin North America. 23(1): 21-36.