Osteoartrose

OSTEOARTROSE

ELEVADA PREVALÊNCIA

20% da dor crónica no mundo está relacionada com a osteoartrose (OA), sendo que o aumento da prevalência está associado à idade e à obesidade.1

O QUE É A OSTEOARTROSE

A osteoartrose – ou simplesmente artrose – é uma doença que afeta, fundamentalmente, a cartilagem articular, um tecido muscular que se encontra nas extremidades dos ossos que se articulam entre si. O que acontece na osteoartrose é que esta cartilagem está lesionada e o osso que está por baixo (osso subcondral) reage a essa lesão ficando mais espesso. Essas saliências ósseas são chamadas de osteófitos, também conhecidas como “bicos de papagaio”.2

Causas

A artrose não é sinónimo de envelhecimento articular (há idosos sem artroses e adultos com esta doença), embora seja mais frequente em pessoas com idades mais avançadas que, naturalmente, tiveram mais anos para irem desgastando as articulações. Realmente, o desgaste é importante, mas não é suficiente para explicar a osteoartrose. A causa da osteoartrose é ainda desconhecida, sendo provavelmente originada por vários fatores: mecânicos, hereditários, hormonais, metabólicos, etc.2

Sintomas

Os principais sintomas da osteoartrose são a dor, a rigidez, a limitação dos movimentos e, em fases mais avançadas, as deformações. Em relação à dor, sabe-se que não há correlação entre o grau de lesão articular e a intensidade da dor; há doentes com osteoartroses muito avançadas e pouca dor e vice-versa.2

O RITMO MECÂNICO

A dor tem um ritmo, ou seja, uma forma de “se comportar” ao longo do dia. Ao comportamento relacionado com as atividades físicas e posturais dá-se o nome de ritmo mecânico – a dor agrava com os movimentos e com os esforços, melhorando com o repouso. Regra geral, os doentes com osteoartrose não têm dores durante a noite e dormem bem. A rigidez surge sobretudo ao iniciar os movimentos, por exemplo quando a pessoa está sentada e se levanta. A rigidez é de curta duração, não ultrapassando os 30 minutos, mas a limitação pode surgir precocemente, ao contrário do que acontece com as deformações que, geralmente, são tardias. Esta limitação de movimentos pode gerar grande incapacidade.2,3

FATORES DE RISCO4

NÃO MODIFICÁVEIS

  • Idade
  • Raça
  • Sexo
  • Doenças metabólicas
    ou endócrinas
  • Doenças inflamatórias
    nas articulações

MODIFICÁVEIS

  • Obesidade
  • Traumatismos maiores sobre a articulação
  • Sobrecarga articular resultante de atividades
    profissionais ou de lazer
  • Alterações anatómicas
  • Diminuição da força do quadricípite
  • Defeitos propriocetivos


Referências

  1. Perrot S. 2016 Global Year Against Pain in the Joints – Fact Sheet No. 13. International Association for the Study of Pain (IASP).
  2. Queiroz MV. Doenças reumáticas: manual de auto-ajuda para adultos. Direção-Geral da Saúde. Lisboa 2005.
  3. “Sobre a Osteoartrose”. Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas. Disponível em: https://www.lpcdr.org.pt/nucleos/nucleo-osteoartrose/107-sobre-a-osteoartrose [Consultado a 28/08/2017].
  4. Direção Geral da Saúde (DGS). Programa Nacional Contra as Doenças Reumáticas. Circular Normativa N.º 12/DGCG. Julho de 2004.